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Besta-fera (série alegoria do terror) 

Beast-beast (allegory of terror series)

impressão UV sobre tecido à prova de bala, aço

300x250x265cm

2020

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Quando consideramos as noções de segurança pública no Brasil, as práticas levadas a cabo pela polícia violam direitos frequentemente. As mesmas práticas têm um aspecto alegórico na demonstração de força e poder. A partir do levantamento de centenas de escudos e emblemas da polícia militar e civil no Brasil, descobri que, na sua maioria, esses emblemas transportam imagens de animais. Apesar da estética precária, é certamente uma herança da heráldica praticada desde o império português. Tendo em conta a presença da figura animal, penso que ao contrário dos povos indígenas, onde vemos animais de poder intrínsecos a sua cosmologia e ligação espiritual, a representação das imagens destes animais pela força policial em comparação com a sua prática aponta para o distanciamento de certa humanidade. Prefiro pensar que é na realidade a representação da sua bestialidade institucionalizada. Recolhendo um conjunto de imagens das espécies animais encontradas no emblema, utilizo colagens para criar composições geneticamente improváveis. Os animais surgem a partir da mistura de partes do corpo destas figuras. O passo seguinte é ampliar estas imagens e reimprimi-las em aramida, que é um tecido à prova de bala. Apesar do aspecto tridimensional do trabalho ao ocupar o espaço, o mesmo tem um carácter de volume esgotado. Uma planaridade que creio reafirmar a retórica alegórica, mas agora literalmente bestial na sua representação.

 

When we consider notions of public security in Brazil, the practices carried out by the police violate rights often. The same practices carry an allegorical aspect in the demonstration of strength and power. From the survey of hundreds of shields and emblems of the military and civil police in Brazil, I found that for the most part, those emblems carry animal images. Despite poor aesthetics, it is certainly a heritage of heraldry, practiced since the Portuguese empire. Taking into account the presence of the animal figure, I think that unlike indigenous people, where we see animals of power intrinsic to their cosmology and spiritual connection, the representation of the images of these animals by the police force compared with their practice tells me about the distancing of certain humanity. I prefer to think that it is actually the representation of its institutionalized bestiality. Collecting a set of images of the animal species found on the emblem, I use collages to create genetically unlikely compositions. Beasts arise from the mixture of body parts of these figures. The next step is to enlarge these images and reprinted them on aramid which is a bulletproof fabric. Despite the three-dimensional aspect of work in occupying space, they gain a volume-depleted character. Planarity that I believe reaffirm allegorical rhetoric, but now literally bestial in its representation.

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